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Fevereiro Laranja: atenção para diagnóstico e tratamento precoce da leucemia

Desde o ano passado, fevereiro colore-se de laranja no Estado de São Paulo para lembrar e informar a todos sobre a leucemia, este câncer que acomete milhares de brasileiros todos os anos. A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida, que tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Os quatro principais tipos de leucemias são a mieloide aguda (LMA), a mieloide crônica (LMA), a linfoide aguda (LLA) e a linfoide crônica (LLC). Riscos  O risco de desenvolver leucemia linfoide aguda é maior em crianças de até 5 anos. Após essa idade, o risco declina lentamente até a faixa dos 20 anos, começando a aumentar lentamente após os 50 anos. Cerca de 40% dos casos de leucemia linfoide aguda acontecem em adultos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil quase 6 mil casos novos em homens e 4.890 em mulheres. Em 2019, através de lei, o Estado de São Paulo definiu fevereiro como mês dedicado a ações voltadas ao diagnóstico precoce da leucemia e à conscientização sobre a doação de medula óssea. É fundamental que as pessoas conheçam a leucemia para se conscientizarem da importância do diagnóstico precoce, possibilitando o tratamento deste câncer. Portanto, vamos conhecer mais sobre ela. O que é a leucemia? É uma doença que pode ser classificada como “aguda” ou “crônica”, de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes assim como de sua funcionalidade. A leucemia aguda progride rapidamente e produz células que não estão maduras e não conseguem realizar as funções normais. A leucemia crônica, entretanto, normalmente progride lentamente e os pacientes têm um número maior de células maduras. No geral, essas poucas células maduras conseguem realizar algumas das funções normais. A leucemia também é classificada a partir do tipo de célula do sangue que está doente. As células doentes da leucemia são os glóbulos brancos produzidos na medula óssea. Um tipo de glóbulo branco doente é chamado de “mieloide” e o outro tipo de “linfoide”. O nome dos quatro tipos de leucemias descreve quão rápido (aguda) ou devagar (crônica) a doença progride e identifica o tipo de glóbulo branco que está envolvido (mieloide ou linfoide). Quando a leucemia se forma no organismo? Na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Então, essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas. Quais os tipos de leucemia? Existem 12 tipos de leucemia que variam de acordo com as células atingidas e velocidade em que ocorre a divisão celular, no entanto, os quatro tipos mais comuns são: Leucemia mieloide aguda (LMA) — atinge as células mieloides e se desenvolve de maneira rápida — acomete adultos e crianças; Leucemia mieloide crônica (LMC) — atinge as células mieloides e se desenvolve devagar, sendo mais comum em adultos; Leucemia linfoide aguda (LLA) — atinge células linfoides e se desenvolve de modo muito rápido — acomete mais as crianças menores, mas pode ocorrer em adultos; Leucemia linfoide crônica (LLC) — atinge as células linfoides e se desenvolve devagar — afeta, principalmente, pessoas acima de 55 anos. Quais os fatores de risco da leucemia? As causas da leucemia ainda são desconhecidas, mas, segundo o Inca, a associação de alguns fatores pode elevar o risco para a doença, como: Tabagismo; Exposição ao benzeno; Exposição à radiação ionizante; Histórico familiar; Realização de quimioterapia; Síndrome de Down; Exposição a agrotóxicos; Algumas doenças sanguíneas.  Quais são os sintomas da leucemia? Os principais sintomas que devem ser considerados são anemia, palidez, sonolência, fadiga, palpitação, sangramentos na gengiva e nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos. Além destes sintomas, podem surgir gânglios linfáticos inchados, perda de peso sem motivo aparente, febre alta contínua, desconforto abdominal e dor nas articulações e nos ossos. Entretanto, é essencial uma avaliação médica e, por meio da coleta de medula óssea, a realização de exames específicos para um diagnóstico mais preciso da doença. Como é o tratamento da leucemia? O tratamento varia de acordo com o tipo da doença e tem como finalidade a destruição de células doentes para que a medula óssea volte a funcionar normalmente. Assim, muitas vezes, é intenso e prolongado, com riscos de anemia, infeção e sangramentos. São realizadas sessões de quimioterapia, controle de infecções e hemorragias, além de medidas de prevenção da doença no cérebro e medula espinhal. Em algumas situações, a indicação é também de transfusão de sangue, radioterapia e de transplante de medula óssea.   Fonte: Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, Universidade Federal da Paraíba, site oncoguia e Instituto Nacional do Câncer - INCA.  

Epilepsia: muito mais do que convulsões

Estima-se que existam atualmente no Brasil cerca de 3 milhões de pessoas com epilepsia, sendo que cerca de 600 mil só em São Paulo. Baseando-se nesta estatística, é importante refletir sobre a realidade enfrentada por quem tem epilepsia, além de suas famílias e cuidadores, a fim de desmistificar o preconceito e disseminar informações sobre uma das condições mais antigas que atingem o ser humano.   Conscientização da epilepsia A sociedade precisa saber mais sobre este distúrbio, porque, além do que acarreta ao epiléptico, ele resulta em impactos sociais e psicológicos enormes e em seus familiares. O estigma, a discriminação e os preconceitos enfrentados por pessoas com epilepsia dificultam a inserção na sociedade, principalmente no que se refere a manter-se em um emprego e em um relacionamento interpessoal, o que leva a dificuldades econômicas para a obtenção dos medicamentos antiepilépticos. Importante saber que, com o tratamento médico adequado, a maioria dos pacientes (75%) evolui favoravelmente, com controle das crises epilépticas e melhora da qualidade de vida. Portanto, vamos conhecer mais sobre este distúrbio neurológico.   O que é a epilepsia? A epilepsia é uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos ao local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada de parcial; se envolver os dois hemisférios cerebrais, será chamada de generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente.   Quais os sintomas da epilepsia? Em crises de ausência, a pessoa fica “desligada” por instantes, podendo retomar o que estava fazendo em seguida. Em crises parciais simples, ela experimenta sensações estranhas, como distorções de percepção ou movimentos descontrolados de uma parte do corpo. O epiléptico pode sentir medo repentino, desconforto no estômago, ver ou ouvir de maneira diferente. Se, além disso, perder a consciência, a crise será chamada de parcial complexa. Depois do episódio, enquanto se recupera, a pessoa pode se sentir confusa e ter déficits de memória. Em crises tônico-clônicas, o paciente primeiro perde a consciência e cai, ficando com o corpo rígido; depois, as extremidades do corpo tremem e se contraem. Quando as crises duram mais de 30 minutos sem que a pessoa recupere a consciência, são perigosas, podendo prejudicar as funções cerebrais.   SAIBA MAIS: 10 Dúvidas mais frequentes sobre saúde mental.   Quais as causas da epilepsia? Muitas vezes a causa é desconhecida, mas pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, infecção (meningite, por exemplo), neurocisticercose (“ovos de solitária” no cérebro), abuso de bebidas alcoólicas ou de drogas. Má formação congênita do cérebro também pode estar na origem do problema.   Qual o tratamento para a epilepsia? É feito com medicamentos que evitam as descargas elétricas cerebrais anormais, origem das crises epilépticas. Casos com crises frequentes e não controladas pelas drogas disponíveis são candidatos à remoção cirúrgica da área cerebral em que as crises são originadas. Em muitos casos, as crises epilépticas não são previsíveis e as pessoas precisam de ajuda, principalmente para não se machucarem durante as convulsões.   Saiba o que fazer ao presenciar uma crise de epilepsia: Mantenha a calma e tranquilize as pessoas ao seu redor; Evite que a pessoa caia bruscamente no chão; Tente colocar a pessoa deitada de costas no chão, em lugar confortável e seguro, com a cabeça protegida com algo macio; Nunca segure a pessoa nem impeça seus movimentos (deixe-a debater-se); Retire objetos próximos com que ela possa se machucar; Mantenha-a deitada de barriga para cima, mas com a cabeça voltada para o lado, evitando que ela se sufoque com a própria saliva; Afrouxe as roupas, se necessário; Se for possível, levante o queixo para facilitar a passagem de ar; Não tente introduzir objetos na boca do paciente durante as convulsões; Não dê tapas; Não jogue água sobre ela nem ofereça nada para ela cheirar; Verifique se existe pulseira, medalha ou outra identificação médica de emergência que possa sugerir a causa da convulsão; Permaneça ao lado da pessoa até que ela recupere a consciência. Se a crise convulsiva durar mais que 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica. Quando a crise passar, deixe a pessoa descansar. Crises que duram mais de cinco minutos ou crises recorrentes indicam uma emergência neurológica conhecida como “estado do mal epiléptico”. Neste caso, o paciente precisa de atendimento médico imediato para prevenir lesões neuronais. O ideal é ligar para o atendimento de urgência.   Fontes: Associação Brasileira de Epilepsia Biblioteca virtual do Ministério da Saúde.

Pesquisa coordenada pela Fiocruz analisa os impactos da pandemia na saúde mental dos profissionais da saúde

Fonte: Icict/Fiocruz Sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19, no Brasil e na Espanha. Mais da metade deles — e 27,4% do total de entrevistados — sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais no ano anterior a uma pesquisa coordenada pela Fiocruz, e feita em parceria com outras instituições. Esses são os principais resultados apresentados no artigo Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19: uma pesquisa pela Web (Depression and Anxiety Among Essential Workers From Brazil And Spain During The Covid-19 Pandemic:a websurvey), aceito na revista cientifica Journal of Medical Internet Research. Os resultados referem-se a pesquisa feita pela web no início da pandemia na Espanha (entre 15 de abril e 15 de maio) e no Brasil (entre 20 de abril e 20 de maio), contabilizando 22.876 questionários preenchidos. Da amostra total, pouco mais de 16% (3.745) eram trabalhadores em serviços essenciais (principal foco do estudo), sendo 2.842 (76%) brasileiros e 903 (24%) espanhóis. Esses 3.745 responderam “sim” à pergunta: “Você está atualmente trabalhando como profissional de saúde ou de outros serviços essenciais (transportes, alimentação, limpeza)?”. Os pesquisadores Raquel De Boni, Francisco Inácio Bastos e Jurema Mota, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), participaram ativamente da condução da pesquisa, que conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de Valencia (Espanha) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade (UFRGS). De acordo com os resultados preliminares, os sintomas de depressão e ansiedade são maiores entre os trabalhadores de serviços essenciais do Brasil, atingindo 55% do total, em relação aos mesmos trabalhadores na Espanha (23%). Na época da pesquisa, a Espanha passava por seu pior momento da epidemia. “Esperávamos o contrário”, relembra Raquel. Para Francisco, há algumas hipóteses, entre elas o desemprego: “Vários artigos publicados durante a crise econômica grega mostraram o desemprego e ameaça de desemprego como fatores importantes na geração de estresse e depressão. E o impacto econômico da Covid-19 está sendo muito forte no mercado de trabalho”. Raquel acredita que determinantes sociais da saúde, como as condições socioeconômicas e as inequidades em saúde, também parecem explicar essa discrepância. “É preciso que se tenha atenção redobrada à saúde mental dos trabalhadores em locais onde se agregam múltiplos problemas sociais e de saúde. Segundo a teoria de sindemias (proposta por Merrill Singer nos anos 90), a presença dessas situações simultaneamente age de forma sinérgica, aumentando o risco de problemas de saúde, tanto física quanto mental”. Outros resultados da pesquisa apontam que a maior parte dos trabalhadores de serviços essenciais que respondeu à pesquisa no Brasil é de mulheres (72,2%), tem idade média de 39 anos e curso universitário (56,5%) ou mestrado/doutorado (28,5%). Francisco e Raquel destacam que, em tempos normais, a ciência vem mostrando que um estilo de vida pouco saudável tende a aumentar os problemas de saúde mental. Numa crise como a que estamos vivendo com o coronavírus Sars-CoV-2 (causador da doença Covid-19), mudanças bruscas do estilo de vida vêm acontecendo de várias formas em muitos países a partir do isolamento social em larga escala. Assim, não é difícil pensar que essas mudanças podem piorar a saúde mental – causando problemas como depressão e ansiedade, além de dependência de álcool e outras drogas. Em outras grandes crises, como o ataque às Torres Gêmeas em New York e a epidemia de Sars na Ásia, constatou-se que grandes mudanças no estilo de vida ampliaram as doenças de ordem mental. “Nossos dados mostraram, por exemplo, que um estilo de vida pouco saudável esteve associado a uma chance oito vezes maior de um profissional de serviços essenciais ter sintomas de depressão e ansiedade durante o início da pandemia na Espanha e no Brasil”, conta Flavio Kapcisnzki, pesquisador do HCPA/UFRGS e da McMaster. O estilo de vida foi avaliado por uma escala (Smile-C) que abrange 27 questões distribuídas por sete áreas: dieta e nutrição; abuso de substâncias (álcool, drogas, remédios); atividade física; gerenciamento do estresse; sono restaurador; apoio social; e exposição ao ambiente externo. Segundo Francisco, o fator dieta e nutrição recebeu uma atenção especial na pesquisa. “Em agosto, foi publicado o resultado de uma pesquisa de mudanças alimentares do estudo coorte Nutrinet Brasil que mostrou um dado preocupante. Apesar de ter havido um aumento geral do consumo de alimentos mais saudáveis no Brasil após a epidemia de Covid-19, paralelamente cresceu o consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e por pessoas com menor escolaridade. Essa mudança na dieta regular induz à obesidade, à hipertensão e à diabetes nesses segmentos, elevando os riscos diante da Covid-19”, explica Francisco. Flavio ressalta que, nas grandes cidades do mundo, o estilo de vida tem sofrido pelo sedentarismo, má dieta, uso de álcool, tabagismo e solidão. Modificar esses comportamentos representa um grande desafio tanto para os indivíduos quanto para a saúde pública. Saiba mais em: www.portal.fiocruz.br

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