O câncer de próstata, que segue como o tumor mais incidente entre os homens quando se exclui o câncer de pele não melanoma, continua avançando no Brasil. Entre 2020 e 2022, foram mais de 65,8 mil novos casos, e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta para o triênio 2023–2025 um total estimado de 71,3 mil diagnósticos, um aumento de 9%. Diante desse cenário, os avanços cirúrgicos disponíveis atualmente representam um dos maiores aliados no combate à doença, sobretudo quando o diagnóstico é feito precocemente e o paciente é encaminhado para centros especializados como o Austa Hospital.
Hoje as possibilidades terapêuticas são significativamente maiores do que há alguns anos, especialmente no campo da cirurgia, que evoluiu de forma expressiva tanto em precisão quanto em segurança. A próstata, pequena glândula localizada abaixo da bexiga e de difícil acesso, muitas vezes não apresenta sintomas em fases iniciais, o que reforça a necessidade de prevenção e acompanhamento regular, especialmente durante o Novembro Azul, explica o urologista e cirurgião Fábio Simão, do Austa Hospital. “Quando o tumor é detectado cedo, as chances de cura são muito elevadas, com recuperação das funções da próstata de forma bem satisfatória, devolvendo qualidade de vida ao paciente”, diz.

As taxas de sucesso estão diretamente relacionadas ao estágio do tumor e ao tipo de tratamento adotado. Quando a cirurgia é indicada, ela pode assumir diferentes formas a depender do quadro clínico. Entre os procedimentos mais comuns está a prostatectomia radical, na qual o cirurgião remove totalmente a próstata e as vesículas seminais, podendo também retirar os linfonodos da pelve. O procedimento pode ser realizado de forma tradicional, pela técnica aberta, ou por laparoscopia, com ótimos resultados principalmente quando o tumor é diagnosticado precocemente.
Outra possibilidade é a ressecção da próstata (RTU), utilizada principalmente para aliviar sintomas urinários em casos mais avançados, removendo o tecido que bloqueia o canal da urina. Embora não tenha como objetivo a cura do tumor, a RTU melhora significativamente o fluxo urinário e o conforto do paciente.
As tecnologias mais modernas incluem ainda a cirurgia robótica, que oferece ao médico visão tridimensional ampliada da área operada e movimentos mais delicados, garantindo segurança, menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida.
“Descobrir o mais cedo possível o tumor nos permite realizar tratamentos com altas taxas de cura e reduz a necessidade de procedimentos mais agressivos. Quando o tumor evolui, pode causar sintomas urinários, dor óssea e perda de peso, daí a importância de procurar o urologista e realizar os exames preventivos”, reforça Dr. Gabriel Gustavo dos Santos, também urologista e cirurgião do Austa Hospital. “São cerca de 340 mil novos diagnósticos em apenas cinco anos, o que nos preocupa muito. Os homens são menos afeitos a realizar exames preventivos do que as mulheres”, acrescenta.

A importância da cirurgia e do diagnóstico precoce aparece claramente no relato do veterinário aposentado José Márcio Gomes, de 66 anos. Em outubro, ele realizou um exame de PSA que identificou o tumor em estágio inicial. Submeteu-se à cirurgia e hoje está curado. “Não temos que ter medo de fazer o exame de toque retal, afinal, ele nos livra de termos um câncer. Tive muita sorte de o câncer ter sido descoberto no estágio inicial. Se não fazemos os exames preventivos todo ano, é possível que só iremos descobrir quando já é tarde”, afirma.
Os estudos médicos indicam que alguns fatores aumentam as chances de desenvolvimento do câncer de próstata. Entre eles:
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Idade acima de 55 anos, quando as alterações celulares passam a ser mais frequentes.
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Histórico familiar da doença, especialmente entre parentes de primeiro grau.
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Ser negro, grupo com maior incidência e maior agressividade tumoral.
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Obesidade, associada a piores prognósticos.
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Estilo de vida inadequado, marcado por sedentarismo e alimentação pobre em nutrientes.
Na consulta, o urologista avalia esses fatores, mas qualquer homem pode desenvolver o tumor. Os principais exames utilizados na investigação são o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal, complementados, quando necessário, por exames de imagem e biópsia.
“Quando diagnosticado o câncer, o sucesso do tratamento depende do estágio da doença e pode incluir vigilância ativa, radioterapia, hormonioterapia ou cirurgia”, explica Dr. Gabriel.
A incorporação de novas tecnologias ao longo dos anos permitiu que as cirurgias fossem cada vez mais precisas e menos invasivas, trazendo resultados superiores tanto em cura quanto em preservação das funções urinárias e sexuais, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento regular.
TV Austa 