Portadores da síndrome têm capacidade de aprender e ingressar no mercado de trabalho, destaca pediatra da Austa Clínicas
Dia 21 de março, é o Dia Internacional da Síndrome de Down, data que visa chamar a atenção da sociedade para a importância da inclusão dessas pessoas na sociedade, combater a má informação e o capacitismo.
“É fundamental proporcionarmos aos portadores da síndrome as mesmas chances dos demais. A educação em escolas regulares, por exemplo, é um desafio, mas com apoio e investimento na sua formação, os alunos com síndrome de Down, assim como quaisquer outros estudantes, têm capacidade de aprender e ingressar no mercado de trabalho”, destaca a médica pediátrica Niély Brazão, da Austa Clínicas, de Rio Preto.
“A mensagem principal desta data é o respeito pelas particularidades de cada ser humano, consciencializar e informar a população sobre a Síndrome de Down é fundamental para acabarmos com o preconceito”, completa a pediatra.
O preconceito existe, como ficou evidenciado, na última SEGUNDA-feira, no Big Brother Brasil 24, da Rede Globo. A participante Fernanda deu declaração que não foi bem recebida fora do programa, sendo considerada capacitista. Disse que achava que a concorrente Bia era “dodói” e que “estava faltando cromossomo ali”, completando ainda: “Aí vocês ficam dizendo que não pode falar essas coisas, eu estou dizendo que acho que é dodói”. A polêmica fez com que a equipe que assessora Fernanda publicasse nota pedindo desculpas pela declaração.
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.
Estima-se que, no Brasil, 1 em cada 700 nascimentos ocorre o caso de trissomia 21.
“As crianças com a trissomia além das características físicas características da síndrome, estão sujeitas a uma maior incidência de algumas doenças, independentemente de qualquer deficiência, cada indivíduo tem um perfil único, daí a importância da estimulação precoce para que essas crianças possam adquirir e aprimorar suas habilidades como qualquer outra”, pontua Dra. Niély.
A pediatra explica que existem exames de triagem, que podem ser feitos no início da gestação, mas que o diagnóstico da síndrome é feito pelo estudo cromossômico (cariótipo) e pode ser realizado ainda durante a gestação através de exames clínicos como a amniocentese (pulsão transabdominal do líquido amniótico entre as semanas 14 e 18 de gestação) ou a biópsia do vilo corial (coleta de um fragmento da placenta). Ambos os exames diagnosticam a SD e outras cromossopatias.
“A pessoa com a síndrome tem plena capacidade de aprender e um potencial enorme a ser desenvolvido. Para isso, é necessário estimular desde a primeira infância, sempre respeitando o seu ritmo e a sua singularidade”, finaliza a pediatra da Austa Clínicas.