Neste último domingo (24) foi o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, cuja importância é ainda maior este ano diante do avanço da doença entre os brasileiros. A tuberculose matou quase 16 pessoas por dia no Brasil, em 2022, quando foram registradas 5.824 mortes. É número recorde em mais de 20 anos, segundo o Ministério da Saúde. De acordo a pneumologista Bruna Cortez, do IMC – Instituto de Moléstias Cardiovasculares, de Rio Preto, o aumento de casos notificados pode estar ligado ao retorno do funcionamento normal de serviços de diagnósticos, interrompidos durante a pandemia. “A tuberculose é a segunda causa de morte por doenças infecciosas no mundo. Este cenário pode mudar com a maior informação por parte das pessoas, pois, se diagnosticada e tratada precocemente, a doença tem cura, na maioria dos casos”, ressalta a pneumologista.
O avanço da doença é revelado pelos números. Em 2022, foram 81.539 casos, 3% a mais do que os 78.462 casos diagnosticados em 2019, antes da pandemia da covid-19. Os dados de 2023 ainda não foram divulgados ainda pelo Ministério da Saúde.
Dra. Bruna explica que a tuberculose é uma doença infecciosa, ou seja, transmitida por um microrganismo (ou micróbio), que pode ocorrer em vários locais do organismo, sendo que em mais de 85% dos casos ocorre nos pulmões. Esse microrganismo é um tipo especial de bactéria, também conhecido como bacilo de Koch, em homenagem a Robertto Koch que identificou o Mycobacterium tuberculosis em 1882.
A pneumologista salienta que, se por um lado a chance de cura é grande, por outro, se não diagnosticada e tratada rapidamente, pode matar.
Os sintomas gerais, que todos os pacientes com tuberculose têm em maior ou menor intensidade, são febre, perda do apetite, emagrecimento, cansaço crônico e desânimo. Existem ainda os sintomas específicos, que dependem do local em que a pessoa tem a tuberculose. Uma vez que o local mais comumente acometido pela tuberculose são os pulmões, o sintoma específico mais comum é a tosse seca ou com catarro.
Em 10 a 15% dos casos, a tuberculose acomete outro local do organismo que não seja o pulmão. É a chamada tuberculose extra-pulmonar. “Normalmente, atinge também a pleura, membrana que reveste os pulmões, e os gânglios linfáticos, que quando inchados são conhecidos como “ínguas”. Podendo ainda ocorrer tuberculose na meninge, nos ossos, nos rins, no intestino, enfim, em todos os órgãos”, pontua a pneumologista do IMC.
Ao perceber os sintomas, a pessoa deve procurar o médico pneumologista que, após diagnosticar, irá conduzir o tratamento. Segundo Dra. Bruna, o tratamento, preconizado pelo Ministério da Saúde, é medicamentoso, envolvendo quatro remédios (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol), por um período de 6 meses. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento gratuito.