Nas férias escolares, as crianças e adolescentes da geração digital naturalmente permanecem horas e horas na frente de tablets, smartphones e computadores.
E olha que não são poucos. No Brasil, já são 22 milhões dos chamados nativos digitais, nascidos e criados a partir da década 1980, na era dos games e da internet.
A rotina para a imensa maioria deles são os olhos pregados na tela do dispositivo digital.
Esta inatividade diária resulta em problemas de saúde em breve e que se agravam a médio e longo prazo, na fase adulta, sobretudo.
O uso excessivo de aparelhos eletrônicos só treina o intelecto. A agilidade mental passa a não corresponder à corporal. A criança se torna lenta e indisposta, além de ter desenvolvimento ruim de articulações e músculos, alertam os especialistas.
“A prática de esportes e brincadeiras desenvolve tanto a parte mental quanto a física da criança e do adolescente”, destaca o pediatra Christian Müller, do Departamento de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
“A criança só desenvolve a inteligência através do ato motor. A tecnologia traz conhecimento, mas não sabedoria”, ressalta a psicóloga e pedagoga Elizabeth Monteiro, autora do livro “Criando filhos em tempos difíceis” (Summus Editorial).
Os especialistas salientam que não se trata de afastar as crianças e adolescentes dos celulares e outros dispositivos, mas dosar o uso, ao mesmo tempo em que os estimulam a fazer outras atividades.
Além da prática de esportes e brincadeiras ao ar livre, os jogos de tabuleiro são outra opção bem divertida.
Muitas versões de jogos de tabuleiro dos anos 1980 foram “repaginadas”, tornando-se mais atrativas à nova geração. Jogos que, às vezes, as crianças e adolescentes nem conheciam mas que, ao ter contato, se encantam.
As férias são ótima oportunidade para os pais ou responsáveis convidarem os jovens para divertirem-se juntos, em torno de um jogo de tabuleiro, num parque ou praticando algum esporte.
Que tal resgatar brincadeiras que marcaram suas gerações, como soltar bolinhas de sabão no parque, brincar de “polícia e ladrão”, “esconde-esconde”, “pega-pega” e até carrinho de rolimã?
Dicas para a criança se divertir nas férias longe do celular e computador
AO AR LIVRE
– em geral, as crianças preferem correr, brincar de pique-pega, andar de bicicleta e ficar no parquinho;
– as maiores gostam de queimada, futebol, vôlei e outros esportes coletivos;
– se tiver um quintal em casa, a dica é reservar um espaço com madeira, farinha, argila, sucatas e tintas para que a criança possa criar brinquedos, ter atividades lúdicas e – por que não? – se sujar;
– convide a criança a criar seu brinquedo, como um caminhão ou casa com caixas de papelão ou uma perna de pau.
DENTRO DE CASA
– jogos de tabuleiro, quebra-cabeças, blocos de montar, dominó, massinha e pintura em livros de colorir ajudam a desenvolver a coordenação, atenção e visão;
– contação de histórias e lendas e trava-línguas ampliam a capacidade de articulação e a facilidade de comunicação;
– brincar de casinha, de médico ou de polícia, por exemplo, desenvolve a inteligência e o ato motor por meio da simulação de papéis que as crianças vão desempenhar quando adultas;
– mímicas, jogos de adivinhação e a brincadeira do “telefone sem fio” estimulam a parte corporal e a cognição, principalmente a criatividade.
Fontes: Jornal O Estado de Minas, site tribunapr, pediatra Christian Müller, do Departamento de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria, e psicóloga e pedagoga Elizabeth Monteiro, autora do livro “Criando filhos em tempos difíceis” (Summus Editorial).