Comemora-se em 15 de maio o Dia do Assistente Social. Você sabe como é o trabalho desse profissional, e qual sua função? Para saber mais sobre o tema conversamos com o assistente social do Austa, Adriano Prates.
Confira a entrevista completa.
De modo geral, como é a atuação de um assistente social?
Adriano Prates – O assistente social é um profissional que se formou em serviço social, uma profissão técnico-interventiva que se utiliza do referencial teórico e metodológico das ciências humanas, para intervir na realidade social. Ele pode atuar de forma autônoma, como consultor de políticas sociais, por exemplo; ou integrar equipes multidisciplinares em empresas privadas, ONGs, associações, movimentos sociais, como docentes ou pesquisador. Pode atuar em hospitais, creches, escolas, unidades de saúde, institutos técnicos e órgãos públicos municipais, estaduais e federal. Basicamente esse profissional trabalha na socialização dos direitos e acessos das pessoas aos direitos sócio-assistenciais.
Dentro do Austa, como o assistente social atua?
Adriano Prates – Dentro do Austa, que é um hospital privado, o assistente social trabalha na socialização dos direitos e acessos dos pacientes, aos recursos necessários para que possam fazer os seus tratamentos médicos, de forma efetiva. Àquilo que for necessário para que o tratamento seja realizado com êxito. Em linhas gerais, trabalhamos fazendo a ponte entre o que é público e o que é privado, entendendo que a pessoa, mesmo tendo um convenio médico, tem direito de acessar a saúde pública, os recursos que o SUS coloca como de direito do cidadão.
Porque mesmo o convenio médico oferecendo muitas coberturas, ele não atende tudo. Como naqueles casos em que o paciente precisa de uma medicação ambulatorial de alto custo. Ou onde o paciente precisa fazer uso de uma dieta por sonda. Então orientamos como que ele vai buscar essa dieta junto à rede pública. Casos de pacientes que precisam de suporte ventilatório, que fazem uso de Cpap de Bipap. Entendendo que, o que é devidamente contratado no momento em que a pessoa vai aderir ao plano, já será liberado. Mas tudo aquilo que foge a isso, e que empata decisivamente no tratamento médico, é onde o assistente social vai prestar as orientações e encaminhamentos, para que esse paciente tenha acesso ao que lhe é de direito junto às políticas públicas, sobretudo as de saúde. Atuamos na orientação àqueles pacientes portadores de patologias incapacitantes, e que por conta dessa condição podem acessar direitos como saque de saldo de fundo de garantia, PIS, ter isenção de impostos como IPVA, ICMS, IPI, na compra de veículos adaptados. E também damos suporte aos funcionários na área de RH. Às vezes, quando o funcionário, ou seu familiar, está com algum problema, prestamos orientações previdenciárias, assistenciais.
Qual a importância das pessoas terem acesso a um profissional de serviço social?
Adriano Prates – Um profissional de serviço social tem formação bem generalista. A grade curricular traz disciplinas de psicologia social, antropologia, sociologia, estudo das políticas sociais, o que engloba questões, basicamente, dos direitos de cidadania. Então o profissional de serviço social, atendendo uma pessoa, terá condição de, mediante a demanda que essa pessoa lhe trouxer, de dar as orientações que ela precisa. Seja pela dificuldade quanto ao acesso desses direitos, ou desconhecimento. O assistente social socializa essas informações, orienta e encaminha as pessoas para que elas tenham os direitos assegurados. Basicamente prestamos orientações previdenciárias, assistenciais, na área trabalhista, isso vai muito da especificidade de onde o profissional se enquadra.
Porque você escolheu essa profissão?
Adriano Prates – Primeiramente, porque eu sempre gostei muito de contato com as pessoas, sempre tive aptidão para área de humanas. É condição básica para o profissional de serviço social, que se tenha aptidão para o relacionamento humano, para o atendimento às pessoas. Que ele tenha sensibilidade social, resiliência e capacidade de transpor dificuldades. Historicamente, a nossa profissão surgiu em um momento onde a sociedade passava por profundas transformações, que traziam muitas questões de desigualdade. Esse profissional tem que ter o equilíbrio entre a prática da empatia e o distanciamento das dificuldades que cotidianamente ele presencia. Tem que ter muita ética, entender a questão dos pré-conceitos, se despir dos julgamentos. Temos que trabalhar entendendo que o ser humano é um ser de direitos, que deve ser respeitado em todas as suas particularidades.