A relação entre as emoções e o coração tem se tornado cada vez mais evidente nos últimos anos. Você com certeza já deve ter ouvido que “o estresse é o mal do século” e, acredite, ele também pode fazer muito mal ao coração. Segundo uma pesquisa feita na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, Estados Unidos da América, situações estressantes provocam uma produção excessiva de glóbulos brancos no nosso organismo. Estas células, que fazem parte do sistema imunológico, quando produzidas em excesso podem se acumular nas paredes das artérias, reduzindo o fluxo sanguíneo e favorecendo a formação de coágulos, elevando, assim, o risco de doenças cardiovasculares. De forma resumida, o estresse também pode levar a um infarto ou a um acidente vascular cerebral (AVC). A relação entre o estresse e o coração é um assunto que tem sido muito debatido pelos profissionais da saúde. A ISMA-BR, unidade brasileira da ISMA – International Stress Management Association, a mais antiga e respeitada associação sem fins lucrativos e a única com caráter internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de estresse no mundo, realizou um estudo que apontou cerca de 70% dos brasileiros como vítimas do estresse, ou seja, que já apresentaram algum desequilíbrio do funcionamento, tanto mental como físico. Neste mês, nossa Campanha Janeiro Branco vem alertar sobre os impactos do estresse na saúde, inclusive como podem se desdobrar em outras doenças, por exemplo, as cardiovasculares. Todos sabemos que fortes emoções podem gerar palpitações, falta de ar e algum outro mal-estar. Mas quando esses sinais se tornam frequentes, eles podem atrapalhar o bom funcionamento do coração. A síndrome do pânico, por exemplo, que é um tipo de transtorno de ansiedade, tem como uma de suas causas o estresse e durante uma crise a pessoa pode ter a sensação de perigo iminente, além de ritmo cardíaco acelerado, taquicardia, dificuldade para respirar, dor no peito, tontura, entre outros sintomas. Nosso coração sofre e muito quando nossa saúde mental está alterada. Atualmente os cardiologistas precisam estar atentos aos sinais emocionais do paciente, porque ele pode sofrer um infarto ou um AVC sem que a origem do problema esteja no coração, mas sim na cabeça. No IMC e HMC temos profissionais experientes e qualificados para o diagnóstico precoce e tratamento de doenças cardiovasculares.
Fonte: Icict/Fiocruz Sintomas de ansiedade e depressão afetam 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais durante a pandemia de Covid-19, no Brasil e na Espanha. Mais da metade deles — e 27,4% do total de entrevistados — sofre de ansiedade e depressão ao mesmo tempo. Além disso, 44,3% têm abusado de bebidas alcoólicas; 42,9% sofreram mudanças nos hábitos de sono; e 30,9% foram diagnosticados ou se trataram de doenças mentais no ano anterior a uma pesquisa coordenada pela Fiocruz, e feita em parceria com outras instituições. Esses são os principais resultados apresentados no artigo Depressão e Ansiedade entre trabalhadores essenciais do Brasil e da Espanha durante a Pandemia de Covid-19: uma pesquisa pela Web (Depression and Anxiety Among Essential Workers From Brazil And Spain During The Covid-19 Pandemic:a websurvey), aceito na revista cientifica Journal of Medical Internet Research. Os resultados referem-se a pesquisa feita pela web no início da pandemia na Espanha (entre 15 de abril e 15 de maio) e no Brasil (entre 20 de abril e 20 de maio), contabilizando 22.876 questionários preenchidos. Da amostra total, pouco mais de 16% (3.745) eram trabalhadores em serviços essenciais (principal foco do estudo), sendo 2.842 (76%) brasileiros e 903 (24%) espanhóis. Esses 3.745 responderam “sim” à pergunta: “Você está atualmente trabalhando como profissional de saúde ou de outros serviços essenciais (transportes, alimentação, limpeza)?”. Os pesquisadores Raquel De Boni, Francisco Inácio Bastos e Jurema Mota, do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), participaram ativamente da condução da pesquisa, que conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de Valencia (Espanha) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)/ Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Universidade (UFRGS). De acordo com os resultados preliminares, os sintomas de depressão e ansiedade são maiores entre os trabalhadores de serviços essenciais do Brasil, atingindo 55% do total, em relação aos mesmos trabalhadores na Espanha (23%). Na época da pesquisa, a Espanha passava por seu pior momento da epidemia. “Esperávamos o contrário”, relembra Raquel. Para Francisco, há algumas hipóteses, entre elas o desemprego: “Vários artigos publicados durante a crise econômica grega mostraram o desemprego e ameaça de desemprego como fatores importantes na geração de estresse e depressão. E o impacto econômico da Covid-19 está sendo muito forte no mercado de trabalho”. Raquel acredita que determinantes sociais da saúde, como as condições socioeconômicas e as inequidades em saúde, também parecem explicar essa discrepância. “É preciso que se tenha atenção redobrada à saúde mental dos trabalhadores em locais onde se agregam múltiplos problemas sociais e de saúde. Segundo a teoria de sindemias (proposta por Merrill Singer nos anos 90), a presença dessas situações simultaneamente age de forma sinérgica, aumentando o risco de problemas de saúde, tanto física quanto mental”. Outros resultados da pesquisa apontam que a maior parte dos trabalhadores de serviços essenciais que respondeu à pesquisa no Brasil é de mulheres (72,2%), tem idade média de 39 anos e curso universitário (56,5%) ou mestrado/doutorado (28,5%). Francisco e Raquel destacam que, em tempos normais, a ciência vem mostrando que um estilo de vida pouco saudável tende a aumentar os problemas de saúde mental. Numa crise como a que estamos vivendo com o coronavírus Sars-CoV-2 (causador da doença Covid-19), mudanças bruscas do estilo de vida vêm acontecendo de várias formas em muitos países a partir do isolamento social em larga escala. Assim, não é difícil pensar que essas mudanças podem piorar a saúde mental – causando problemas como depressão e ansiedade, além de dependência de álcool e outras drogas. Em outras grandes crises, como o ataque às Torres Gêmeas em New York e a epidemia de Sars na Ásia, constatou-se que grandes mudanças no estilo de vida ampliaram as doenças de ordem mental. “Nossos dados mostraram, por exemplo, que um estilo de vida pouco saudável esteve associado a uma chance oito vezes maior de um profissional de serviços essenciais ter sintomas de depressão e ansiedade durante o início da pandemia na Espanha e no Brasil”, conta Flavio Kapcisnzki, pesquisador do HCPA/UFRGS e da McMaster. O estilo de vida foi avaliado por uma escala (Smile-C) que abrange 27 questões distribuídas por sete áreas: dieta e nutrição; abuso de substâncias (álcool, drogas, remédios); atividade física; gerenciamento do estresse; sono restaurador; apoio social; e exposição ao ambiente externo. Segundo Francisco, o fator dieta e nutrição recebeu uma atenção especial na pesquisa. “Em agosto, foi publicado o resultado de uma pesquisa de mudanças alimentares do estudo coorte Nutrinet Brasil que mostrou um dado preocupante. Apesar de ter havido um aumento geral do consumo de alimentos mais saudáveis no Brasil após a epidemia de Covid-19, paralelamente cresceu o consumo de alimentos ultraprocessados nas regiões economicamente menos desenvolvidas e por pessoas com menor escolaridade. Essa mudança na dieta regular induz à obesidade, à hipertensão e à diabetes nesses segmentos, elevando os riscos diante da Covid-19”, explica Francisco. Flavio ressalta que, nas grandes cidades do mundo, o estilo de vida tem sofrido pelo sedentarismo, má dieta, uso de álcool, tabagismo e solidão. Modificar esses comportamentos representa um grande desafio tanto para os indivíduos quanto para a saúde pública. Saiba mais em: www.portal.fiocruz.br
O início do ano é o momento predileto pela maioria das pessoas para as férias, principalmente, para aproveitar a pausa nas atividades escolares e curtir o descanso com os filhos. Dar uma pausa é fundamental, afinal, é natural que o cansaço se acumule após meses de trabalho e das atividades estressantes da rotina diária. Desgastes Fadiga e estresse são os ingredientes perfeitos para aumentar a chance de problemas, tanto emocionais quanto físicos. É natural, por exemplo, que as relações com colegas de trabalho, familiares e amigos possam até se desgastar. O esgotamento leva ao desequilíbrio, que pode provocar distúrbios endocrinológicos, circulatórios, mentais e emocionais. O organismo, portanto, precisa de tempo para processar as experiências, renovar-se e se readaptar as situações que demandam esforço, seja no campo físico ou psicológico. Descanso e produtividade Uns bons dias de descanso são fundamentais para você ter um tempo maior para si. Com certeza, ao voltar ao trabalho e ao dia a dia, você estará mais feliz e com novas energias para se concentrar e ser mais produtivo e eficiente no trabalho. São inúmeros os benefícios das férias. A atividade mental desacelera, a pressão arterial diminui, o humor melhora, energia e disposição retornam, além da melhoria na qualidade do sono, o que proporciona uma sensação de bem-estar muito agradável. Cuidados para ter as melhores férias Curta bem as férias, como você merece, mas é bom tomar alguns cuidados, sobretudo com a saúde e a alimentação. Manter os hábitos alimentares, escolher bem onde e o que comer e dormir já são um bom começo para evitar problemas. Abaixo, algumas orientações para você desfrutar bem seu descanso merecido: tenha uma alimentação regular e balanceada, com diversidade de alimentos para repor os nutrientes essenciais ao bom funcionamento do organismo; ao fazer um lanche numa barraquinha ou ambulante, certifique-se de que as condições de higiene e o manuseio dos alimentos são corretos; evite exagerar no consumo de álcool. Num dia, o ideal são, no máximo, 30 mililitros (ml) de bebida destilada ou uma taça pequena de vinho ou uma lata de cerveja (300ml); pratique atividade física regular, que permite o reequilíbrio hormonal, inclusive do hormônio liberado em períodos de estresse, o cortisol, e libera a serotonina, responsável pela sensação de prazer e bem-estar; realize atividades que lhe proporcionem a sensação de bem-estar, como um passeio, assistir a um filme, encontrar alguém querido, ler um livro, entre outras; use protetor solar com fator de proteção (FPS) 15, no mínimo, a cada três horas. Muitos ambientes na sombra refletem os raios ultravioletas. Por isso, mesmo que a pele não sofra com as queimaduras, há o risco de envelhecimento precoce. Ótimas férias! Fontes: Recursos Humanos do Grupo AUSTA e site Minha Vida.
A Hemofilia é uma doença genética que atinge cerca de 13 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. No mundo, estima-se que são 400 mil hemofílicos, no entanto, estudo conduzido por canadenses aponta que o total pode ser três vezes maior, ou seja, mais de 1 milhão e 200 mil pessoas. No Brasil, a data é lembrada em homenagem ao cartunista Henfil, hemofílico, falecido nesta data, em 1988, aos 43 anos. Também tinha a doenças seus irmãos, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e o músico Chico Mário. Em consequência da doença, Betinho e Chico faziam transfusões de sangue constantemente, e contraíram o HIV, vírus da imunodeficiência, causador da Aids. Betinho faleceu aos 61 anos e Chico, com 39. O que é a hemofilia? A hemofilia é uma desordem hemorrágica hereditária ou adquirida, caracterizada pela ausência de proteínas no sangue responsáveis pelo processo de coagulação. A hemofilia hereditária tem tratamento profilático, disponibilizado pelo SUS. As pessoas apresentam sangramentos que demoram muito mais tempo para serem controlados pois o organismo não tem condições de produzir adequadamente o coágulo, que é responsável por estancar o sangramento. Há dois tipos de hemofilia, a genética (B) e a adquirida (A), esta última respondendo por 80% dos casos. A doença atinge principalmente os homens (98% do total de doentes). Hemofilia genética Seu portador já nasce com deficiência na atividade de um dos fatores (proteínas) responsáveis pela coagulação do sangue. A deficiência na atividade do fator VIII configura a hemofilia A, e a deficiência na atividade do fator IX configura a hemofilia B. Em 70% dos casos a mutação genética causadora da hemofilia já está presente na família e é transmitida pelas mães portadoras aos filhos. Nos outros 30%, a doença surge numa família sem histórico de hemofilia, sendo causada por uma mutação genética nova. Hemofilia adquirida A doença hemorrágica é adquirida ao longo da vida. De origem autoimune, raramente há história familiar e está ligada à produção de auto-anticorpos anti-FVIII. Ou seja, o corpo da pessoa, passa a produzir, num determinado momento, anticorpos contra o fator VIII que ela mesma produz e, por isso ela passa a ter sangramentos. Este tipo de hemofilia se caracteriza por morbilidade e mortalidade significativas, causando sintomas hemorrágicos geralmente graves, o que exige diagnóstico e tratamento o mais breve possível. A hemorragia adquirida ocorre em ambos os sexos, principalmente em idosos. Mulheres jovens no período pós-parto, pessoas com câncer ou doenças autoimunes também estão entre as mais suscetíveis. Sintomas da hemofilia São sangramentos prolongados, que podem ser externos ou podem ocorrer sob a pele (manchas roxas ou equimoses), nos músculos (hematomas musculares) ou nas articulações (hemartroses). Dores e inchaço nas articulações ou nos músculos, acompanhados de perda da mobilidade do membro acometido podem também ser sinais de sangramentos provocados pela hemofilia. As articulações mais afetadas são tornozelos, joelhos e cotovelos. Mas também podem ocorrer sangramentos no quadril, ombro e punho. Muitas vezes estes são os primeiros sintomas que uma criança com hemofilia apresenta quando tem um sangramento. Como a coagulação é muito lenta, se o sangramento não for tratado em tempo hábil, pode ocorrer grande derramamento de sangue dentro das articulações provocando inchaço e dor na região onde houve o sangramento. Diagnóstico e tratamento da hemofilia É realizado por um hematologista, especialista em hemostasia, através de exames de sangue específicos e das informações sobre o histórico do paciente. Fontes: Abraphem (Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia), Ministério da Saúde, UOL e site Brasil Escola.