A Hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, podendo variar de 2 a até mais de 10 anos.
A hanseníase pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato. O período de incubação tem em média de 2 a 5 anos e a doença pode ser transmitida enquanto a pessoa não receber tratamento.
Qual a causa da hanseníase?
A hanseníase é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e atinge, de forma majoritária, a pele e alguns nervos periféricos, fazendo com que o paciente perca, por exemplo, a força muscular e a sensibilidade tátil e à dor.
Sinais e sintomas da doença
- Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com perda ou alteração de sensibilidade.
- Área de pele seca e com falta de suor.
- Área da pele com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas.
- Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade.
- Sensação de formigamento (Parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou se machuca sem perceber.
- Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés.
- Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação dos nervos, que nestes casos podem estar engrossados e doloridos.
- Úlceras de pernas e pés.
- Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
- Febre, edemas e dor nas juntas.
- Entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz.
- Ressecamento nos olhos.
- Mal-estar geral e emagrecimento.
- Locais com maior predisposição para o surgimento das manchas: mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas.
Importante: em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.
Transmissão da hanseníase
A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar – MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis.
O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo contra o bacilo.
A hanseníase não é transmitida por:
- Meio de copos, pratos, talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseníase.
- Assentos, como cadeiras e bancos.
- Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transportes coletivos ou serviços de saúde.
- Picada de inseto.
- Relação sexual.
- Aleitamento materno.
- Doação de sangue.
- Herança genética ou congênita (gravidez).
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hanseníase é basicamente clínico, baseado nos sinais e sintomas detectados no exame de toda a pele, olhos, palpação dos nervos, avaliação da sensibilidade superficial e da força muscular dos membros superiores e inferiores. Em raros casos será necessário solicitar exames complementares para confirmação diagnóstica.
Tratamento da hanseníase
O tratamento é ambulatorial, com doses mensais administradas na unidade de saúde e doses autoadministradas no domicílio.
Como se prevenir?
Apesar de não haver uma forma de prevenção específica, existem medidas que podem evitar as incapacidades e as formas multibacilares, tais como:
- Diagnóstico precoce.
- Exame dos contatos intradomiciliares (pessoas que residem ou residiram nos últimos cinco anos com o paciente).
- Aplicação da BCG (ver item vacinação).
- Uso de técnicas de prevenção de incapacidades.